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Marechal Canrobert Pereira da Costa

Seguindo nossa coluna sobre as personalidades que deram nomes às ruas e outros patrimônios da região, falaremos hoje sobre o Marechal Canrobert Pereira da Costa.

Canrobert Pereira da Costa nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 18 de outubro de 1895, filho de Francisco Pereira da Costa Filho e de Júlia Amélia Coutinho da Costa. Em 1914, ingressou na Escola Militar do Realengo, passando à condição de aspirante-a-oficial da arma da artilharia em fevereiro de 1918. Em março de 1922, Canrobert ingressou no curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), no Rio. Tendo concluído o curso da EsAO em janeiro de 1923, Canrobert ingressou em março seguinte na Escola de Estado-Maior do Exército. Em janeiro de 1926 concluiu o curso da Escola de Estado-Maior, e durante os anos de 1928 e 1929 foi instrutor da EsAO.

Promovido a major em abril de 1932, comandou o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) do Rio de Janeiro e foi diretor de ensino da Escola de Artilharia, na mesma cidade. Em janeiro de 1935, assumiu o cargo de subdiretor de estudos da Escola de Estado-Maior do Exército. Em setembro seguinte atingiu a patente de tenente-coronel.

Nomeado em 1937 chefe de gabinete do ministro da Guerra, general Eurico Dutra, Canrobert passou à condição de coronel no início de maio de 1938. Em julho, assumiu o comando do 9º Regimento de Artilharia Montada, sediado em Curitiba, onde permaneceu até janeiro de 1939.

Em março desse ano, passou a ocupar o cargo de chefe de gabinete do Estado-Maior do Exército (Eme).

Promovido a general-de-brigada em maio de 1942, Canrobert deixou a chefia de gabinete do Eme no mês seguinte para comandar a 3ª Divisão de Cavalaria, sediada em Bajé (RS). Em 1943 passou a dirigir a Comissão de Promoções do Exército até viajar para os Estados Unidos em outubro a fim de fazer o curso do comando de Fort Leavenworth e estagiar no Exército norte-americano. De volta ao Brasil em janeiro de 1944, assumiu o cargo de secretário-geral do Ministério da Guerra. Em 1945, deixou a Comissão de Promoções do Exército e passou a integrar a Comissão de Planejamento Econômico do Conselho de Segurança Nacional, sem prejuízo de suas funções no ministério.

Em agosto de 1945, Dutra se desincompatibilizou do cargo de ministro para disputar o pleito presidencial. Seu substituto, o general Góis Monteiro, manteve Canrobert como secretário-geral do ministério. Neste mesmo ano, Canrobert substituiu Góis Monteiro no Ministério da Guerra, quando este sofreu uma crise cardíaca, respondendo pelo ministério até 31 de janeiro de 1946, quando José Linhares passou o governo ao general Dutra, candidato eleito em dezembro de 1945 na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Nessa data, Góis Monteiro foi reconduzido à pasta da Guerra e Canrobert voltou a desempenhar as funções de secretário-geral. Deixou esse cargo em agosto seguinte, sendo promovido nesse mesmo mês a general-de-divisão. Em meados de outubro, Góis Monteiro pediu exoneração. Homem de confiança de Dutra e seu auxiliar direto em várias oportunidades, Canrobert assumiu então o Ministério da Guerra em caráter efetivo.

Com o início do segundo governo constitucional de Vargas em janeiro de 1951, Canrobert foi substituído por Estillac Leal no Ministério da Guerra. Em abril, recebeu o comando da Zona Militar Norte, atual IV Exército, sediada em Recife. Ligado ao setor das forças armadas que fazia oposição ao governo de Vargas, integrou a Cruzada Democrática, movimento organizado em março de 1952 com o objetivo principal de tomar a direção do Clube Militar das mãos dos nacionalistas. Em setembro de 1952, Canrobert deixou a Zona Militar Norte e assumiu a chefia do Departamento Técnico de Produção do Exército (atual Departamento de Engenharia e Comunicações), sediado no Rio.

Posteriormente, com a morte de Vargas e a posse do vice-presidente Café Filho, os militares antigetulistas fortaleceram suas posições dentro das forças armadas, ocupando os cargos de maior importância. Canrobert, dois dias depois do suicídio de Vargas, deixou o Departamento Técnico e de Produção, sendo nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa). Nessa condição, foi um dos signatários de um manifesto, divulgado em meados de setembro de 1954, que afirmava o compromisso das forças armadas na defesa da ordem e da Constituição.

A União Democrática Nacional (UDN) e a ala conservadora das forças armadas que formaram a linha de frente da oposição ao governo de Vargas, investiram em seguida contra a candidatura do governador mineiro Juscelino Kubitschek à presidência da República, lançada extra-oficialmente pela direção nacional do PSD em novembro de 1954. Kubitschek era considerado excessivamente comprometido com a situação dominante anterior ao 24 de agosto. Em janeiro de 1955, Canrobert, Juarez Távora, Eduardo Gomes e o ministro da Guerra, Henrique Lott, entre outros, assinaram e divulgaram um documento que atestava a oposição das forças armadas a essa candidatura e pregava a necessidade de se encontrar um candidato civil de união nacional que contasse com a aprovação da hierarquia militar.

A crise político-militar agravou-se no mês de agosto. No dia 5, por ocasião do primeiro aniversário da morte do major Rubens Vaz, Canrobert proferiu um longo discurso no Clube de Aeronáutica. Suas palavras causaram grande impacto e alguns parlamentares chegaram a pedir sua prisão ao presidente Café Filho.

Esse foi o último episódio marcante da atuação política de Canrobert, que faleceu no Rio de Janeiro em 31 de outubro de 1955, pouco depois de retornar dos Estados Unidos, onde se submetera a tratamento médico. Foi promovido a marechal post mortem por um decreto de 18 de novembro de 1959. Casou-se com Anadina Tumba Pereira da Costa, com quem teve dois filhos.

Em 24 de Junho de 1964, foi fundada a Escola Municipal Marechal Canrobert Pereira da Costa, localizada na Estrada do Engenho D’Água, no bairro do Anil.

Marechal Canrobert