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Cidade de Deus

A Cidade de Deus é um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. A região pertencia à Grande Sesmaria de Martin de Sá, que se estendia do arroio Pavuna até o Maciço da Tijuca, cuja principal construção era o Engenho D’Água. Nas suas imediações se encontravam as estradas do Gabinal, do Capão (atual Tenente-Coronel Muniz de Aragão) e da Banca da Velha (atual Edgar Werneck). Posteriormente, a área foi ocupada por sítios e fazendas onde cultivou-se cana-de-açúcar, café e lavouras diversas.

Na década de 1960, com a transformação do Distrito Federal em Estado da Guanabara, o Governador Carlos Lacerda implementou uma política de remoção das favelas situadas na zona sul da Cidade, no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, além de algumas outras, para isso autorizando a construção de grande conjunto habitacional na baixada de Jacarepaguá. Surgiu assim a Cidade de Deus. Construída pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deus terminou de ser construída após o governo Negrão de Lima.

Seus projetos foram executados em 1968: o primeiro, em área total de 253.810 m2, limitado entre a avenida Ezequiel, rua Moisés e rua Edgar Werneck; o segundo, em área total de 36.343 m2, constando de 159 lotes e 8 ruas, entre a estrada da Estiva (atual Marechal Miguel Salazar Mendes de Morais) e a avenida do Rio Grande; e o terceiro, de outubro de 1968, abrangendo a maior área, com mais de 120 logradouros, incluindo ruas, travessas, praças, todas batizadas com nomes bíblicos, pelo Decreto de 30/03/1970. Os favelados transferidos para a Cidade de Deus provinham de 63 favelas distintas, sendo que 70% dessa população provinha de apenas seis favelas (Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha). Os outros 30% eram oriundos de 57 favelas, evidenciando a heterogeneidade dos residentes favelados.

A Cidade de Deus agrupa uma população de operários de vários setores industriais, prestadores de serviços não-especializados, pessoas dedicadas a atividades comerciais, de natureza administrativa e profissionais liberais. Alguns anos depois de sua inauguração, o que antes eram áreas exclusivamente residenciais, tomaram a feição de pequenos centros comerciais em plena expansão, observando-se em quase todas as quadras os mais diversos estabelecimentos. Atravessada pelo rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deus passou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se um processo de favelização ao longo desses canais. Junto ao conjunto surgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, Travessa Efraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de novos conjuntos habitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã.

Em 1997, com a inauguração da “Linha Amarela”, a Cidade de Deus seria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc e, do outro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligados por passarelas. A Lei 2662/98 transformou o grande conjunto, na XXXIV RA – Cidade de Deus.

mapa da Cidade de Deus

Dados da região:

– Total da População (2010): 36.515
– Total de Domicílios (2010): 12.285
– Feminino (2010): 16.716
– 1 banheiro (2010): 10.011
– Área Territorial (2018): 127,30 ha
– Região Administrativa: XXXIV – Cidade de Deus

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